sábado, 31 de outubro de 2009

ESCRITOR FREI BETO ESTARÁ PRESENTE NA XIII Feira Pan-Amazônica do Livro do Pará



Perseguido e preso pelo regime militar instaurado no Brasil em abril de 1964, o escritor e jornalista Frei Betto (Carlos Alberto Libânio Christo) participará da XIII Feira Pan-Amazônica do Livro, realização do Governo do Pará, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), que ocorrerá de 6 a 15 de novembro de 2009.
Frei Betto nasceu no ano de 1944, em Belo Horizonte (MG). Filho de um cronista do jornal Estado de Minas e de uma autora de livros sobre culinária, Betto manifestou desde cedo a vocação para a escrita. Em 1965, entrou para o convento dos dominicanos, onde se tornou frade. Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e também teologia.
Como jornalista, atuou na Revista Realidade e no jornal Folha da Tarde durante a época mais forte da censura do regime militar. Foi preso político de 1969 até 1973. Uma década depois, Frei Betto escreveu uma de suas obras mais conhecidas – “Batismo de sangue” (1983) – sobre este período nebuloso da História do Brasil e com este livro ganhou o Jabuti, principal prêmio literário brasileiro.
Já publicou os seguintes livros, entre outros: Castas da prisão, 1974; O fermento na massa, 1981; O dia de Ângelo, 1987; Essa escola chamada vida, 1988 (em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho); A menina e o Alfabetto, autobiografia escolar, 2002.
Frei Betto participará do “Encontro Literário”, programação integrante da XIII Feira Pan-Amazônica do Livro, que será realizada no Hangar Benedicto Monteiro, em novembro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

XIII Feira Pan-Amazônica do Livro do Pará 2009

A edição de 2009, que será realizada em novembro, será maior, com mais atrações, e marcará de vez seu lugar como uma dos maiores eventos literários do Brasil Mais de meio milhão de visitantes. Essa é a expectativa de público para a XIII edição da Feira Pan-Amazônica do Livro, que foi lançada nesta quinta-feira em um café da manhã no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A Feira, que esse ano homenageará a França, será realizada no período de 6 a 15 de novembro e terá inovações na programação, na quantidade de estandes e no espaço físico utilizado. O assessor de Marketing do Hangar, Bob Menezes, apresentou diversos dados sobre a edição deste ano, como a ampliação dos números de estandes para 176 unidades e a expansão da Praça de Alimentação, que esse ano terá cerca de 500m² na área externa do Hangar e servirá comidas típicas do Pará e da França. O Salão B concentrará toda a programação infantil e o palco externo será ampliado, aos moldes do que foi o Natal Hangar. Todo o projeto de mídia gráfica também foi exibido e inclusive anúncios já serão publicados nos principais jornais a partir da próxima semana. “Essa é a segunda edição da Feira realizada pela Via Amazônia em parceria com a Secult e o governo do Estado.
Hoje podemos dizer que temos a maior Feira anual do Brasil e esse ano queremos proporcionar mais conforto e comodidade a todos. Se ano passado houve problemas, eles foram sanados. Nosso objetivo é fazer um evento cada vez melhor”, afirmou Bob Menezes, que também apresentou uma tabela com os custos do evento este ano, que deverão ultrapassar os R$ 6 milhões. A Feira Pan-Amazônica está chancelada como evento oficial de encerramento do Ano da França no Brasil, e para isso existe uma programação intensa de homenagens ao país. O Hangar receberá uma decoração especial, com réplicas do Arco do Triunfo e da Torre Eiffel, além de exposições fotográficas, espetáculos teatrais, oficinas de arte, teatro, dança e circo com artistas franceses. Também está confirmada a presença de escritores convidados daquele país. “Buscamos criar uma programação extensa que seja um atrativo para o público, mas sem perder o foco que é a literatura”, disse Kalynka Cruz, coordenadora cultural do Consulado da França no Pará.

Uma das principais novidades já confirmadas para esse ano é o Parque da Turma da Mônica, um espaço infantil que trará temática especial sobre a Amazônia e também contará com a ilustre presença de Maurício de Souza. Além dele, já estão confirmados Zeca Camargo, Frei Beto, Emir Sader, Moacyr Sclyar e Laurentino Gomes, que participarão de encontros abertos ao público e transmitidos para diversos municípios do estado através do NavegaPará. A interatividade também é destaque nessa edição e em agosto será lançado um concurso do NavegaPará que premiará em dinheiro vídeos produzidos para um concurso que será lançado em agosto. O estande com os escritores paraenses será mantido e contará com a presença de autores regionais como Eliana Barriga, Juracy Siqueira, Salomão Larêdo e João de Jesus Paes Loureiro. Os professores poderão contar mais uma vez com o CredLivro para aquisição de livros durante o evento. Este ano, o Governo do Estado do Pará reservou R$ 2 milhões para garantir este incentivo. Os shows serão atração à parte, sempre buscando artistas que tenham conexão com a literatura. O cantor Lenine já está agendado para o show de abertura, no palco montado à beira do lago do Hangar para receber atrações regionais e nacionais. “Transformamos a Feira em uma festa literária, porque é isso que o povo do Pará merece”, comemorou a presidente do Hangar, Joana Pessoa. Com tantos atrativos, espera-se bater mais um recorde na Feira deste ano, aumentando ainda mais o número de visitantes que foi de 350 mil pessoas em 2007, 470 mil em 2008 e, projeta-se, 500 mil em 2009. O reflexo do sucesso da Feira Pan-Amazônica do Livro são os Salões do Livro que acontecem em Santarém e Tucuruí, chegando em breve a mais dois municípios do Estado e possibilitando que todos tenham acesso à cultura, aos livros e à informação. “A realização desses eventos é um estímulo à leitura e à informação. Promovemos um acesso mais vantajoso ao professor e aos estudantes, movimentando a economia local, gerando emprego e renda”, afirmou o secretário de Cultura, Edílson Moura, que falou ainda sobre a parceria entre o Hangar e a Secult. "Gostaria de ressaltar o trabalho desenvolvido pela equipe do Hangar, que vem se dedicando à Feira com muitos projetos inovadores. Esse ano vamos ampliar o evento não só em tamanho, mas também em qualidade e inovações, caminhando para nos concretizar como a maior Feira anual do país”, destacou o secretário.

sábado, 3 de outubro de 2009

Carlos Marighella Livro: “Por que resisti à prisão”

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca. Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”.

Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1o de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.