sábado, 27 de março de 2010

Salvador faz 461 " Roma Negra" uma poesia para meu amor, Rui Santana


“ROMA NEGRA”


Salvador
Minha Negra linda cidade
Salvador dos Aflitos
Do Bonfim
Das matas escuras

Do Negro Beiru
Salvador da Piedade
Onde ficaram
As negras cabeças
Da liberdade

Salvador da Rua da Forca
Da Rua Chile
Da Ladeira da Praça
Onde lutaram
E sangraram os Malês

Salvador onde morou
O Negro professor
Que queria taxar os ricos
O amor pela cidade

Salvador da dor
No Pelourinho
Salvador do Alto da Boa Vista
Do Sodré
Onde andou e declamou
Castro Alves

Salvador da Estrada
Onde passou a Rainha

Salvador da Liberdade
Da Negra Liberdade
Da Graça sem graça
Dos Mares
Da praia do Negô Bom
Do Canta Galo
Da ponta do Humaitá

Salvador das palafitas
Do Campo da Pólvora
Do Político miserável
E suas “maldades”

Salvador do Dois de Julho
Das Minhas Viagens...
No Aeroporto da cidade

Salvador do elevador
Da minha dor
Do meu amor
Meu amor pela
“Roma Negra”
Cidade

Essa poesia faz parte do livro "Roma Negra" do Poeta e Escritor Rui Santana, a ser lançado em 2010.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Poesia Atemporal, Rui Santana


POESIA ATEMPORAL

Para Esperança

O que faço eu ?!

Às vezes paro

e leio.

Descompasso...

Minha cabeça

ficou sem régua

nem compasso.

Ouço o vento

balançando o mato.

O cachorro dorme

a meu lado.

O tempo parou...

nem ando, nem falo,

não penso nos fatos.

Meu coração pulsa

como na adolescência,

sinto-me sozinho

em um lago,

em um largo,

em seu laço.

O tempo parou...

e vem o Passado

à minha cabeça.

Me vejo parado

e fardado,

com a farda do nosso tempo

te esperando

em algum lugar do meu coração.

Quantas vezes

passaste por mim

e não te vi !

Quantas vezes

o teu olhar

estava lá e eu não vi.

Quantas vezes a perdi !"

Onde andarás Raimundo Caetano?: Poesia de Rui Santana


Onde Andarás Raimundo Caetano!


Onde andarás Raimundo Caetano!

Em que terras em que plano

Ainda joga bola

Será que se Lembra dos nossos onze anos

Andávamos por ai sem Planos

Com a farda dos nossos anos

Não tinha internet nem celular tocando

Vivíamos Mundanos

Brincávamos de Patinete


Onde Andarás Raimundo Caetano!

Ás rádios tocavam Roberto e Caetano

Coelho Jogava no Ypiranga

Paciência era motorista do ônibus liberdade

Não existiam liberdades

Éramos Crianças

Hoje só Saudade


Onde Andarás Raimundo Caetano!


Hoje vivo em outra cidade

O Japão uma Rua

A Rainha uma estrada

Brincávamos no largo da Soledade

Acarajé no final da tarde

Bolas de gude, baleou durinho

Eram brincadeiras na cidade

Onde Andarás Raimundo Caetano!