sábado, 27 de junho de 2009


Primavera Materna será o titulo de meu livro de poesias que pretendo lançar em breve. O titulo deve-se ao fato de ser meu primeiro poema, onde falo de um fato real. Meu amigo Rui Baiano viu e convenceu-me a publicar alguns textos em uma coletânea com mais cinco amigos poetas.
“ A Poesia Contemporânea de Ananindeua” foi meu ponto de partida onde obtive um pouco de experiência para este segundo trabalho. Aos poucos fui mudando meu estilo, ainda existe dor e saudade nas entrelinhas que subtraiu meu único filho Fábio.
Jamais tive a pretensão de achar que é uma obra de arte, é só um misto de dor e saudade e muitos sonhos transformados em poesias.
Nesta Primavera debruça-se também meu lado menina, moleca, mulher e as marcas do tempo grudadas em minha trajetória.
Percebo que do meu primeiro trabalho para o segundo houve certa emancipação, me sinto menos linear mais atenta aos vieses da vida ao lado de amigos maravilhosos que sempre me apoiaram,( quem tem amigos nunca está só.)

Maria Flor da Terra "Mariazinha"






Poesias de Maria Flor da Terra "Mariazinha".




REFLEXÃO


De repente eu estava lá
Nua, de corpo e alma.
Tão transparente!
E me via inteira
Vi o meu interior
Viajei pelo meu avesso.

Mergulhei dentro de mim
Não me agradou o que vi
Sozinha, triste e perdida.
Vasculhei tudo
Eu não estava lá.

Sem saber para onde ir
Procurei o amor
Também lá não estava!
Não encontrei os amigos
Eu continuava só.
Procurei a paz
E encontrei a saudade de mim.

Vasculhei meu interior
Explorei minhas entranhas
Vi que aquilo não era eu
Era um vazio profundo
Que agora é só espanto.

Num gesto de fúria limpei tudo
Purifiquei com esmero
Rompi com o tempo, a boca antes amarga.
Agora tinha sabor de hortelã
Arranquei as raízes daninhas
Embriaguei-me de liberdade.

Voltei, e tudo agora é diferente.
Meu grito rompeu o horizonte
Ao som dos sinos cantei uma canção
Amanhã verei a face que ainda não sei
O passado será só um sonho
A liberdade é o meu presente.






O COPO



No copo que me embriaguei tinha VINICIUS
Na lua da madrugada surgia ELIS
Na estrela da manhã brilhava DALVA
E em mim havia SAUDADE.

No mesmo copo, tinha dolentes violões.
E dedos hábeis em harmonia
Boêmios e cantos saudosos
Ente devaneios nos azuis da LUA
Entre risos e mais um copo.

No copo que me embriaguei
Juntou-se canção e solidão
Sonhos e boas lembranças
Na solidão da noite, tomei outro copo.
E cumprida á missão

Embriaguei-me de tempos idos
Vividos, sofridos, sentidos.
De sereno, alegria, nostalgia..
De música e POESIA...

Embriaguei-me de banho de chuva
De manga caída na praça
Lua cheia e céu estrelado
Brincadeiras da infância
De um tempo distante.

Embriaguei-me de tantas ausências
Erros, acertos e espera do que não veio.
De desespero e paciência
E busca em vão.

No copo que me embriaguei, tinha:
Loucura, aflição e segredos.
Alma invadida e pensamento ao vento
Havia na face uma lágrima E uma dor só minha


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