segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Prfº Asarias Favacho um Jovem intelectual estará lançando seu primeiro livro em Janeiro “O Cotidiano Comum no Incomum: chegando na hora da saída”





















Sobre o Autor:

Prfº Asarias Favacho um Jovem intelectual estará lançando seu primeiro livro “O Cotidiano Comum no Incomum: chegando na hora da saída.” Nascido em Belém com formação acadêmica em Sociologia e especializou-se em Gestão Educacional: Administração, Orientação e Supervisão Escolar, em 2006 passou a ministrar aulas de Sociologia e história na Universidade Estadual do Maranhão. Em fevereiro ingressou como Mestrando pela Universidade Pública de Évora – Portugal; em Ciência da Educação: Avaliação.
É professor concursado do Município de Belém, desde 1996, em 2007 assumiu o cargo comissionado na Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), como Coordenador de Tecnologia Aplicada à Educação, em 2007 participou e coordenou vários grupos de trabalhos nas Conferências Regionais e Estadual de Educação. Em 2008 assumiu o cargo de gerente do Núcleo de Apoio Logístico da Superintendência do Sistema Penitenciário, SUSIPE.
Assarias e um intelectual engajado nas lutas sócias, Foi coordenador por dois mandatos do SINTEPP, Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará,.. e é membro da direção do PT no Município de Ananindeua - Pará.


A Obra:

Esta obra apresenta perfil sócio-literário, com raiz paraense e de um autor que escreve sobre os acontecimentos regionais, sem perder a ternura ou a essência dos fatos, objetivando o prazer literário e a informação sociológica, propiciando a interpretação e a interação com as narrativas, contribuindo com isto para as viagens no mundo real ou no abstrato. Considera também, a participação de várias categorias sociais como os educadores, bancários, ambulantes, rodoviários, policiais, gráficos, desempregados, estudantes... que emprestaram personagens comuns para construírem o Cotidiano Comum no Incomum: chegando na hora da saída.

“Contudo, vale ressaltar que a junção exposta neste livro entre a sociologia e a literatura e/ou da literatura com a sociologia não é simples, nem tão pouco impossível, visto que ambas têm mecanismos metodológicos para explicações do real ou do imaginário, considerando as diversidades filosóficas expostas na sociedade contemporânea.”

Diga-se de passagem o nome da obra é bastante sugestivo para demonstrar as necessidades de se trabalhar com o dia-a-dia dos agentes sociais, apresentando reflexões a respeito das contradições econômicas, culturais... no mundo do trabalho; dos descasos políticos; do trabalho infantil; dos juízos de valores; das questões ideológicas; do abuso de autoridade; da discriminação étnica e social...
No mais aponta alguns questionamentos à construção do conhecimento sócio-literário de forma simples, expressando um roteiro traçado a partir da vivência da personagem principal, um professor, que vive momentos angustiantes como qualquer trabalhador, com um diferencial, a persistência, não desistindo dos seus posicionamentos ou convicções como orientador de formação social, que expõe seu posicionamento, sua visão de mundo, através de diálogos e/ou debates com outras personagens no decorrer do conto.
Uma das qualidades da narrativa está, sem dúvida na lucidez, ousadia e coragem com que aborda questões importantes do nosso tempo. O livro desafia o leitor a olhar o seu cotidiano de modo mais atento, mais crítico.
Edição: Blog “semlivros”
Aquisição antecipada desta Obra.
através do emai-l: zazafavacho@hotmail.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

30 anos de Movimento Poetas na Praça.


30 anos de Movimento Poetas na Praça. Por Geraldo Maia
Se tivesse acontecido no Sul Maravilha (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul) o Movimento Poetas na Praça já estaria devidamente canonizado e entronizado como o mais importante movimento literário, social e político acontecido no Brasil depois da Semana de Arte Moderna de 22 que pariu um tanto festivamente o Modernismo brasileiro. Já aquele deu início à Individuação Socialista no campo das artes, da sociedade e da política. Senão vejamos: O MPP tem início em janeiro de 1979 com a tomada da Praça da Piedade pelos poetas que ali instalaram uma trincheira de resistência cultural e diariamente, por uma década (não foi só uma semana), transformou o local no primeiro "Ponto de Cultura" que se tem notícia no país, com a promoção de leitura diária de poemas, textos, manifestos, etc, realizada por poetas, políticos, artistas, e por cidadãos até então sem um espaço para expressar a sua voz e a sua criatividade.

Mas não foi só leitura, teve também a popularização do livro, oferecido em diversas formas práticas e baratas e por diversos meios de impressão, desde o mimeógrafo, à reprografia, e mesmo feitos à mão, artesanalmente. A ordem era tornar o livro acessível a todos. Mas também a literatura baiana, brasileira e universal foi levada para a praça através de exposições biobibliográficas em homenagem a diversos escritores além de leitura de textos dos principais livros dos mesmos. Com isso manteve-se a chama do livro, da leitura e a da literatura acesa na marra, pois os livros de Jorge Amado foram queimados, os de Gregório de Matos proibidos juntos com os de Cuíca de Santo Amaro. Todos os dias, a partir das 16h, todos sabiam que na Praça da Piedade algo de libertário e revolucionário acontecia ao alcance de todos e com a participação de todos.

A Semana de 22 teve nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado, Plínio Salgado, numa primeira instância e Raul Bopp, Geraldo Ferraz, Patrícia Galvão, Jorge de Lima, Murilo Mendes, numa segunda fase, enquanto que o Movimento Poetas na Praça, em Salvador, Bahia, teve num primeiro momento nomes como Antonio Short, Eduardo Teles, Zeca de Magalhães, Geraldo Maia, Ametista Nunes, Gilberto Costa, Margareth Castanheiro, Ronaldo Braga ao lado de artistas como os dançarinos Tição, Jorge Watusi e Cafuné, os poetas e jornalistas Tony Vasconcelos, Albenísio Fonseca e Fernando Conceição, do poeta e artista plástico Jairo Rodrigues, dos cartunistas Nildão (ilustrou vários trabalhos de Antonio Short) e Caó Cruz Alves (sempre presente em capas e ilustrações das revistas editadas pelo MMP).

E dos músicos Francisco Gileno e Beto Silva, além da presença das então iniciantes Margareth Meneses e Sarajane, de atores como Luís Portugal e Ramom el Bachá, de cineastas como José Humberto e Edgar Navarro, dos mestres poetas Carlos Anísio Melhor e Fred Souza Castro, de mestres populares como Edson Ribeiro, Manoel Almeida e Altamirando Camacan junto com o escritor Oleone Coelho Fontes, políticos como Luiz Nova, Lídice da Mata, Ney Campelo, Fernando Shimidt que participou do programa "Constituinte na Praça".

E numa etapa seguinte nomes como Gilberto Teixeira, Joelsom Meira, Lino Almeida, Edésio Lima, Miguel Carneiro, César Lisboa, Mário Garrido, Mário Oliveira, Agenor Campos, André Piedade, Jurisdeth Castelúccio, Leny Queiróz, Chico Nascimento, Tom di Paula, Douglas de Almeida, Walter César, Lula Miranda, Marcos Peralta, Edgar Velame, Cacau Novaes, só para citar alguns. Mas todo esse esforço contou com o apoio imprescindível do educador Hermano Gouveia, do poeta e professor Jorge Portugal, do professor Edmundo, do poeta e sindicalista professor Zé Wilson Bacellar.

O MPP influenciou diversos poetas que vieram conhecer de perto o que se passava na Praça Nacional da Poesia, como foi batizada a Praça da Piedade, para comemorar o Dia Nacional da Poesia, instituído pelo movimento em homenagem à Castro Alves, na passagem do seu aniversário, 14 de março, e o de Glauber Rocha. Nomes como o do poeta Miltom Aguiar, de São Paulo, do escritor Paulo Lins, do Rio de Janeiro, do poeta Mário Pirata, que levou as lições do movimento para o Rio Grande do Sul, o próprio Zeca de Magalhães que levou a prática do MPP para o Rio de Janeiro, não agüentou e se mudou de uma vez para se integrar definitivamente no movimento com sua Arte Delírio Noturno e seu jornal "A Todo Vapor". Antonio José, poeta do Ceará, recitou com o MPP seus versos onde "lia no eclipse e via no apocalipse" os rumos do que se tornaria o maior e mais importante movimento literário, político e social no Brasil nas décadas de 80 e 90. O jornal "O Inimigo do Rei" publicou o "Manifesto por Poesia Revolucionária" escrito pelos integrantes do movimento dando início à série de textos em torno da criação da Individuação Socialista proposta por alguns de seus integrantes, notadamente os poetas Geraldo Maia e Eduardo Teles, que escreveram o Manifesto Individuação Socialista em Abya Yala, uma série de ensaios sobre o processo de invasão do continente de Abya Yala chamado equivocadamente de América sob o ponto de vista dos invadidos.

O MPP ganha o interior do estado. Eduardo Teles vai para Xique-Xique onde, morando por algum tempo em um banco de praça, inicia um trabalho de organização dos poetas e artistas através de recitais e rodas de leitura além da publicação de antologias. Um outro grupo formado por Zeca de Magalhães, Margareth Castanheiro, Airtom Pires e Geraldo Maia instala-se em Itabuna dando início a uma série de atividades em torno da poesia e da literatura, incluindo a doação de importante acervo para a biblioteca local em formação.

Surgem grupos de poetas faladores de poesia em Barreiras, Simões Filho, Feira de Santana, Camaçari, Cachoeira, Jairo Rodrigues e César Lisboa atuam em Santa Maria da Vitória, Manuka Almeida em Juazeiro, nos bairros o grupo Cabra, de Castelo Branco, o Geafagra, na Fazendo Grande do Retiro atuam em consonância com o MPP. Surgem outros grupos com o mesmo estilo ou inspirados no estilo do MPP a exemplo de Movimento Art Poesia, Estação Poesia, Associação Poetas na Praça, grupo Maccacca, Importuno Poético, enfim, a Praça da Piedade passa a ser realmente o local de encontro e de expressão de todos os movimentos organizados que começam a ganhar as ruas e que vão sendo criados a partir do MPP como o Movimento dos Sem Teto, Movimento GLBT, Movimento Indiodescendente, Movimento Negro, Movimento de Mulheres, e tantos outros que encontraram na Praça da Piedade o legado de libertação e rebeldia que o MPP deu continuidade a partir do levante dos Alfaiates ou Rebelião dos Búzios, dos Malês e do maior mais genial poeta e revolucionário de todos os tempos, Antonio Frederico de Castro Alves.

Grupos de Poesia Falada são formados e passaram a atuar nas praças de outros estados como Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará, Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro (Passe na Praça que a Poesia te Abraça, Poesia simplesmente, etc.), São Paulo, Rio Grande do Sul, enfim, o país todo ganha poetas novos formados na praça, nos recitais nas ruas, feiras, escolas e bares, poetas que perderam o medo de falar, de cantar, de criar, de ousar o próprio grito a partir do exemplo fundamental do Movimento Poetas na Praça.

O Movimento Poetas na Praça completa 30 anos de presença no imaginário popular na Bahia e de total descaso por parte das academias e órgãos públicos. Está prevista para o ano de 2009, de 14 a 21 de março, a realização, depois de 10 anos de lutas, do Festival Latino AfroAbyatalano de Poesia e Literatura (FLAP) simultaneamente em Salvador, Cachoeira e Camaçari para homenagear esse grande movimento poético/social/político e seus dez anos de atividade ininterrupta e para estreitar os laços de amizade entre os povos AbyaYalanos.

10 anos de recitais diários! 30 anos de atividades! Só isso já bastaria para que sua importância fosse realçada, valorizada, reconhecida e pesquisada por todos os cientistas da literatura, da política e dos movimentos sociais. Talvez a partir desse evento se possa começar uma pesquisa capaz de colocar o MPP e seus integrantes no devido lugar de verdadeiros revolucionários da poesia, da sociedade e da política. E viva a Individuação Socialista!

Geraldo Maia, co-fundador do Movimento Poetas na Praça

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Nem Covardes, Nem Vagabundos













"Maurício é Profeta na Beira do Rio"

(Rui Baiano Santana, da musica Nina)







Maurício Ferreira é de Ouricuri (Pe) e se diz exilado em Petrolina, pela repressão sócio-econômica.
Vem de um meio de efervescência poética-musical, que originou também poeta Virgílio Siqueira, Marcílio (do ex- "Grupo Terra") e outros.
Há vários anos escreve Poesia e realiza pesquisa do "Universo da Cultura Popular do Nordeste", possuindo vasto acervo de gravações (fita K7), fotografias, livros, discos, etc.
Num ato feliz e imprescindível, nos invade com sua poesia no mínimo "forte e contundente"

(Parte do Prefácio do Livro Nem Covardes, Nem Vagabundos)



Natureza Humana

Num dia
Adormeço vencido
Entregue
passivo
voltando

No outro
Acordo valente
Vivo

agindo
sonhando

Num dia
me acho envolvido
contrito

perdido

sem resistência

No outro
Decidido
seguro
ágil
sábio, consciência

Num dia
Me esqueço
acomodo, digo não

No outro
Sou operário
militante, vulção

Num dia
Menino acuado
suicida

No outro
Adulto
fôrro
são

Num dia
Me tento
Me seduzo

No outro
Me penso

Me calculo

Num dia
Me sinto impulso

No outro Me sei razão Num dia.......

Maurício comanda a resistência cultural na beira do rio São Francisco, entre Juazeiro (da lordeza) e Petrolina (da passagem), a frente do “famoso” Sebo Rebuliço




quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Caio Fernando



Se estivesse vivo, Caio Fernando Abreu, nascido em Santiago do Boqueirão, cidade do interior do Rio Grande do Sul, teria completado, no último dia 12 de setembro, 60 anos. Caio F. – forma que usava para se auto-intitular, numa referência ao romance Cristiane F. – morreu no dia 25 de fevereiro de 1996, vítima de complicações causadas pela Aids. Rejeitada durante muito tempo pela crítica, a prosa irônica e reveladora de Caio Fernando Abreu exige um olhar atento e um merecido lugar entre os grandes da literatura contemporânea. Filho de uma geração que sofreu com a censura da ditadura militar, Caio Fernando Abreu pertence a uma safra de poetas, contistas e romancistas herdeiros do Modernismo. Entre os anos de 1970 e 1990, a literatura brasileira viveu uma espécie de apoteose criadora. Os poetas marginais, com seus textos mimeografados, aguçaram a irreverência, a sensibilidade e a liberdade de criação dos modernistas. A prosa desse período assistiu a uma consolidação da crônica, do conto e do romance policial e psicológico. O conto, gênero em que Caio passeia com maestria, sofreu grandes transformações. Aos poucos, a estrutura de começo, meio e fim cedeu espaço a uma narrativa preocupada em fotografar instantes, episódios ricos em sugestões e flagras intensamente poéticos sobre a significação humana. Caio Fernando Abreu escreveu poemas, peças teatrais, romances, novelas, crônicas e contos. Todos eles refletindo, de modo bem particular, a angústia, a solidão e a confusão ideológica que marcaram as décadas de 1970, 80 e 90. Embriagado de solidão urbana Em seu primeiro livro de contos, Inventário do Irremediável, publicado em 1970, o escritor gaúcho já apresentava um esboço dos pontos essenciais que marcariam toda sua obra. O gosto por ambientes urbanos, a escrita angustiada e a temática da solidão compõem o quadro das características literárias de Caio, muitas vezes presentes em contos de caráter autobiográfico. Influenciada pela obra de Clarice Lispector, sua narrativa é uma sondagem da angústia e da solidão daqueles que vivem perdidos entre os imensos arranha-céus. Sua prosa introspectiva revela a pressão de se sentir sozinho, esmagado por uma realidade opressiva que não faz a menor questão de estimular alguém a permanecer vivo. Em seus textos, há também a presença de uma radiografia dos sentimentos e das relações amorosas, com especial apego aos deslizes e incertezas. Morangos Mofados e a sensibilidade de um poeta Ainda na década de 1970, Caio publicou mais dois livros de contos: O Ovo Apunhalado (1975) e Pedras de Calcutá (1977). Mas o auge do trabalho como contista só viria com Morangos Mofados, em 1982. Nesta obra, considerada a de maior sucesso, Caio traz à tona todo seu vazio existencial, preenchido por uma escrita mergulhada em astrologia e esoterismo, como demonstram os contos Os Sobreviventes e O Dia em que Urano entrou em Escorpião. Era como se a solidão, tema recorrente em seu trabalho, e o vazio da vida nas grandes cidades pudessem ser ocupados por qualquer coisa que lhe oferecesse a esperança de ser amado. Outra marca importante de Morangos Mofados é a sensibilidade com que Caio aborda em seus contos todas as formas de amor. A singeleza dos relacionamentos amorosos, os rompimentos e o desabrochar das mais variadas emoções renderam contos de uma delicadeza única. Assumidamente homossexual, fez de sua literatura também um espaço de libertação, de amor livre. Em Aqueles Dois, conto que recebeu uma adaptação para o cinema em 1985, o escritor gaúcho conta a história do amor entre dois homens que não podem compreender o tamanho da beleza daquele sentimento mútuo. Outros dois contos ainda abordam essa temática. Terça-Feira Gorda e Sargento Garcia retratam igualmente o preconceito sofrido por homossexuais. Neste último, o autor relata a história da iniciação sexual de um jovem com um sargento do exército. Caio Fernando Abreu ainda publicou outras importantes obras, entre peças de teatro, romances e contos. Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, publicado em 1988, traz um conjunto de histórias de amor que mostram um escritor especialista em finais tristes, trágicos e surpreendentes. Dentre seus romances, estão Limite Branco, escrito aos 18 anos, e Onde Andará Dulce Veiga? . Este último, inclusive, levado recentemente para a telona. Um estranho no ninho Talvez parte do desprezo da crítica pela literatura de Caio Fernando Abreu seja pelo fato de o autor não se encaixar nos padrões literários da Academia. Como ele mesmo chegou a dizer, sua obra incorporava o chulo e o não-literário, sendo influenciada bem mais por Cazuza e Rita Lee do que por Graciliano Ramos. Os holofotes dos meios acadêmicos e jornalísticos só começaram a se voltar para o escritor quando ele assumiu, publicamente, numa crônica para o jornal O Estado de São Paulo, ser portador do HIV. A opção pela urbanidade, com constantes referências às ruas do centro de São Paulo, a presença da solidão e de uma narrativa ansiosa e angustiada fizeram de Caio F. um estranho no ninho da tradição literária gaúcha. Misturando a cultura pop e o cotidiano dos personagens, o autor revela o mal-estar da vida, as dores, os desejos não atingidos e os amores frustrados num mundo que parece não ter sido feito sob medida para nós. A literatura de Caio Fernando Abreu desvenda minuciosamente os sentimentos, como uma biografia daqueles que a lêem

sexta-feira, 27 de junho de 2008

ENTRE SEM BATER


Livro de Rui Santana 'Entre Sem Bater - Ditos e Não Ditos' revive o talento do Barão de Itararé.

E o Humor e ironia dos dias atuais (Edição Sem livros)O escritor baiano Rui Santana decidiu que seu quarto livro seria uma homenagem a um ídolo, o escritor e jornalista gaúcho Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, mais conhecido como Barão de Itararé, pseudônimo com o qual assinou muitos textos em publicações um tanto quanto irreverentes. O livro “Entre Sem Bater - Ditos e Não Ditos” (assinado por Rui como “Barão de Irará”, uma referência ao município onde nasceu.
O Barãom conhecido por ser uma figura carismática e sarcástica a cada opinião lançada, suas frases, sempre carregadas de conteúdo nas entrelinhas, se tornaram famosas. “Ele era um jornalista e humorista, por assim dizer, dos anos 20, 30, 40. Ele sempre falava de política de uma forma que atingia a todos, porque colocava uma dose de humor nas críticas que fazia. Além disso, foi o primeiro a chamar atenção para o problema da febre aftosa, e chegou até a estudar sobre o assunto”, revela Rui, contando também que o “Barão” chegou a entrar na escola de Medicina, mas abandonou os estudos no quarto ano por conta de um derrame que sofreu.O livro de Rui, como ele mesmo diz, fala sobre tudo. “Fala de política, de futebol, da Bahia, do carnaval e tem até receitas de comida. E isso tudo misturado com charges do Daniel Silva, pra tornar o livro mais atraente, mais leve. Esse ano o ‘Barão’ completa 35 anos de morte, e eu quero, com esse livro, mostrar o quanto os textos dele ainda são atuais, como ele tinha esse dom de saber falar sobre vários assuntos sem se tornar chato, quadrado ou entediante. O bom humor, a ironia e o sarcasmo eram as armas dele na hora de mostrar a realidade do país nos textos que escrevia”, reforça o autor. para

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O Poeta Miguel Lucena

"Hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado"

Meu perfil

Meu nome é Miguel Lucena,
o Miguezim de Princesa,
saio espalhando alegria
para espantar a tristeza;
no entulho da feiúra
boto um rio de beleza.


Meu pai é Migué Fotogra,
minha mãe é dona Emília,
minha casa é de oito irmãos,
meu filho é uma maravilha,
minha mulher é meu amparo,
meu coração é família.

Concursado delegado,
há duas décadas jornalista,
vivo a escrever versos tortos,
inspirado em repentista,
a quem me chama doutor:
em sou mesmo é cordelista.

blog. http://miguellucena.zip.net

segunda-feira, 5 de maio de 2008

karl marx em nat


KARL MARX!

Na data calendário de hoje, 5 de maio de 1818 -há 190 anos- nascia em Tréveris, Alemanha (Renânia-Palatinado), Karl Heinrich Marx.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Alcir Matos "Negro Encontro"



Alcir Matos é fibra, é verbo rasgando a emoção dos preconceitos alheios: é verso rompendo nas rimas a inspiração de qualquer supressão que o outrem possa LHE impingir.Basta despir a fantasia que empalidece nossas raízes, para mergulharmos de vez na poesia simples, concisa e direta que esse autor descendente de africanos, como qualquer um de nós, brancos mestiços, nos traz dos navios negreiros, dos primórdios da história para um Negro Encontro. Nancy de Azevedo Soares
Livro: Negro Encontro

Autor: Alcir Matos

Ano: 1987

A venda no Cendenpa-Belém do Pará.

Alcir Matos é paraense militante de esquerda. Fundador do PT fez parte da direção deste partido, foi diretor da Secretaria de Habitação e da Companhia de Saneamento de Belém-SAAEB. Hoje faz parte da direção Nacional do Movimento pela Moradia e mora no Pará, onde o Partido dos Trabalhadores governa o Estado. Matos "Negão" como é conhecido, filho de Didi e de Ogum, está desempregado mas não perde a dignidade.

"Sou o negro Cristo

adormecido e bruto.

Contigo, percorro em sonho o meu amanhecer.

Talvez não consigamos o novo negro Cristo,

mas meus descaminhos contigo vou viver."

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"A Poesia Contemporânea de Ananindeua" A Poesia urbana na Amazônia


RASGA O PEITO E SOLTA O VERSO...

Texto de "Nato Azevedo"

Com esse "chavão" 2 repentistas do Nordeste gravaram (nos anos 80) um dos melhores discos dessa categoria artística.
Também nós, poetas de Ananindeua, decidimos abrir o coração e lançar ao espaço nossas emoções, anseios e angústias. Sem medos, sem culpas, sem considerações exageradas pela opinião de doutos e mestres da "poemática", sem apoios nem patrocínios, por mínimos que fossem.

Com a raça dos desamparados, com a garra dos desprezados, com a coragem dos excluídos... lá vamos nós, num VÔO LIVRE sem rumo definido nem volta programada.
Poesia contemporânea, sim, "rente que nem pão quente" com os fatos & coisas da Vida, POESIA URBANA feita numa Amazônia prêsa -- em têrmos literários (ou culturais, pelo menos) -- a bôtos, yaras, mapinguaris, matas e águas.

Esta obra passa ao largo dos temas folclóricos locais ou prescinde deles, voltados que estão os Autores todos para dentro de si mesmos, analisando-se antes de olharem o Mundo.
Atnágoras Lopes/"Nato" Azevedo/Emanuel Eric/Nádia Maria/Wilson Santos e a Mariazinha voam em conjunto nas asas da Poesia, fazendo História num Município por vezes tão árido para a Cultura ou, com absoluta certeza, para a Literatura.

"O Artista é a ANTENA de sua raça", receptor e transmissor vilipendiado e discriminado dos sonhos e ideais dela. Somos tocha ardente/pedra veloz/água de nascente/lava atroz... a tornar cinza e pó os horrores & terrores da Humanidade suicida.
Enquanto COLETÂNEA "A Poesia Contemporânea de Ananindeua" é obra INÉDITA em terras ananins, graças ao esforço solitário do baiano Rui Santana, através da Editora independente SEMLIVROS (http://www.semlivros.blogspot.com/), enquanto os que podem e devem difundir Cultura (e livros) dormem em berço esplêndido.

EM TEMPO: o escritor "NATO" AZEVEDO agradece sensibilizado o repetido apoio da ESMAC - Escola Superior Madre Celeste (Cidade Nova 8) ao seu trabalho poético, inclusive na presente obra.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Wilson Santos " O Poeta Angustiado "


Wilson Santos Silva


Filho de José Maria da Silva, e Maria Santos Silva.
Nascido em 08 de julho de 1968, Belém. Pará.
Morou em Belém até os 6 anos de idade, e com a separação de seus pais, foi com sua mãe para São Paulo, onde passou o resto da sua infância junto ao irmão, a irmã e o padrasto. Retornou a Belém aos 14 anos, aos 15, já trabalhava com eletricista, profissão que aprendeu com o pai; aos 18, ingressou nas Forças Armadas, (Exército Brasileiro) onde passou um ano como soldado, depois retomou a atividade de eletricista; aos 19, trabalhou como motorista de uma marmoraria; aos 20, foi trabalhar com seu padrasto Orlando Costa na panificadora da família encarregado da gerencia; aos 23 conheceu Maria Ivone Paes com quem constitui família, tendo um casal de filhos; aos 24, ingressou no Corpo de Bombeiros Militar do Pará como Terceiro Sargento onde permanece até então com a mesma graduação.

Sua inspiração para a poesia iniciou-se com uma decepção amorosa, que ao tentar explicar para si mesmo coisas que nunca tinha sentido até então, foi que começou a escrever alguns versos numa forma de poder transmitir desabafar explicar através de poemas a melancolia que sente e a dor que dilacera seu coração.

O seu primeiro livro “POEMAS BABACAS DE UM BABACA” partiu de alguns amigos que leram seus versos, elogiaram e incentivaram a sua publicação.

O título de sua primeira obra, “POEMAS BABACAS DE UM BABACA”, foi idéia de Wilson, que de tanto escutar sua esposa e parentes o chamarem de “babaca”, por sofrer por um amor não correspondido, e também visualizando também uma questão de marketing por ser um título curioso, espera despertar a curiosidade de muitos leitores.

Seu segundo livro “A POESIA CONTEMPORÂNEA DE ANANINDEUA” foi a convite de um amigo que estava reunindo alguns poetas locais para publicar um livro coletivo.

Agora, um pouco mais experiente Wilson Santos está disponibilizando o livro SENTIMENTOS E VERDADES, o qual lhe custuo muita dedicação, perseverança e uma longa jornada de trabalho, e que não deixa de ser uma continuidade do seu primeiro livro, pois o tema central e o amor e até contém algumas de suas poesias. Wilson Santos pode afirmar com clareza que não escreve uma virgula sequer que não seja a absoluta verdade e os seus mais nobres sentimentos.

SENTIMENTOS E VERDADES é um livro mais trabalhado, melhor elaborado que contém tanto poesias de amor e desabafo, resultado de uma desilusão amorosa, quanto voltadas para o seu cotidiano.

Wilson Santos diz que escreve porque gosta, como não consegue mentir nem tão pouco escrever ficção é sincero e íntegro em tudo que fala , assim como em tudo que escreve. Não tendo medo de expor seus sentimentos porque são verdadeiros assim como seu amor.




ENTRE SONOS E FANTASIAS

Entre sonhos e fantasias
viajo em vão.
Navego por mares distantes
muito alem
da humana compreensão.
No universo
da mais pura imaginação.
Na tentativa de encontrar
o que não encontrei,
no mundo da realidade
nessa vida de desilusão.



ALUCINADO

Por mares desconhecido da razão
atravesso continentes
nunca navegado.
Ancorado de porto em porto
em meus delírio
sigo alucinado.
Procurando amor
alguém que preencha
esse coração amargurado.
Nas águas turbulento da imaginação
vou longe
mas sempre termino no mesmo porto parado.