sexta-feira, 12 de março de 2010

Poesia Atemporal, Rui Santana


POESIA ATEMPORAL

Para Esperança

O que faço eu ?!

Às vezes paro

e leio.

Descompasso...

Minha cabeça

ficou sem régua

nem compasso.

Ouço o vento

balançando o mato.

O cachorro dorme

a meu lado.

O tempo parou...

nem ando, nem falo,

não penso nos fatos.

Meu coração pulsa

como na adolescência,

sinto-me sozinho

em um lago,

em um largo,

em seu laço.

O tempo parou...

e vem o Passado

à minha cabeça.

Me vejo parado

e fardado,

com a farda do nosso tempo

te esperando

em algum lugar do meu coração.

Quantas vezes

passaste por mim

e não te vi !

Quantas vezes

o teu olhar

estava lá e eu não vi.

Quantas vezes a perdi !"

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