sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Poeta Bom "Emanuel Eric"








Emanuel Eric “Eric é uma homenagem ao filho e ao Neto”


É paraense de Belém do Pará Residindo há cinco anos em Ananindeua. Desenvolve suas atividades profissionais como Assessor Parlamentar na Câmara de Ananindeua. Atualmente cursa Administração de Empresas com ênfase em Adm. Pública. Entre outras coisas também é Poeta.
“Crônica poética de um aposentado”, foi classificada no 1º Concurso Metropolitano de literatura Prêmio “Bruno de Menezes”- Poesia

“Emanuel Eric”, “Mhanuh”, “Bem”, poderia ter outro nome: “LIBERDADE”.
Devido ao senso de justiça, sua visão crítica, por ser um questionador irrecuperável, nunca fugindo dos confrontos. Detesta hierarquias, burocracias, reacionários gratuitos. Ah! é avesso a autoridade. Mas, é de uma alegria contagiante. Resumindo:
É um cara Pai d’ égua. –
Armando Hesketh (Diretor e autor da trilha sonora da peça teatral Verde-ver-o-peso)
Emanuel "Eric" participa do livro A Poesia Contemporânea de Ananindeua "A Poesia Urbana na Amazônia"






CRÔNICA POÉTICA DE UM APOSENTADO
Emanuel "Eric"


ACORDOU SEM DAR OU RECEBER BOM-DIA!
FEZ O SINAL DA CRUZ SEM LEMBRAR DE DEUS,
E MACHUCOU OS PÉS MAL CUIDADOS E COM FERIDAS,
NA BÍBLIA EXCESSIVAMENTE MANIPULADA E ESQUECIDA.
DEIXOU SUA IMAGEM APAGADA E VACILANTE, SEM NENHUMA AMANTE,
SER FOTOGRAFADA PELO ESPELHO CRÍTICO MAIS IMPARCIAL,
EM SUA ROTINA DE DESAMOR.
SENTIU-SE ASSIDUAMENTE EXILADO,
EM MAIS UM DIA DE APOSENTADO.
COM O MÁXIMO DE REGALIAS DE MENOSPREZADO,
SAIU DIFÍCIL DO EDIFÍCIO QUE TAMBÉM É PRÉDIO,
ESPREGUIÇANDO-SE EM UMA PERFEITA SINCRONIA,
COM A MESMICE E O TÉDIO.
COM A DIFICULDADE DA IDADE, DA OBESIDADE E DA REALIDADE,
INVADIU A PRAÇA HOSTIL,
SEM AMIGOS, COM NOME DE VELHO, E PSEUDÔNIMO DE ANCIÃO.
TENTOU ALIMENTAR OS POMBOS, QUE MORAVAM EM ESCOMBROS,
MAS NADA CARREGAVAM NOS LOMBOS,
E USUFRUIR DE SUA LIBERDADE ESTÉTICA,
CENA QUE TORNOU-SE PATÉTICA:
OS POMBOS NÃO COMIAM, NÃO ARRULHAVAM,
E TAMBÉM NÃO VOAVAM.
QUIS SER AVÔ DAS CRIANÇAS QUE BRINCAVAM,
MAS NÃO ENTEDERAM SEU AFETO,
QUE PARECEU INOPORTUNO E INCORRETO.
ESFORÇOU-SE PARA CRIAR UMA POESIA,
MAS INSISTENTEMENTE FALTOU-LHE A ESSÊNCIA DA CRIATIVIDADE,
E OS RASCUNHOS NERVOSOS E AMASSADOS,
SERVIRAM SOMENTE PARA SUJAR A CIDADE.
GRITOU COM CHANCES DE LOUCURA,
MAS NÃO TINHA NINGUÉM PARA OUVIR-LHE OU ENTENDER-LHE,
UM MÍNIMO DE ECO:
NAQUELA PRAÇA, EM OUTRAS PRAÇAS E MESMO NAS RUAS,
UNIFORMIZADAS DE NUAS.
OS CABELOS BRANCOS, NÃO SERÃO MAIS ESCURECIDOS,
A BENGALA QUE NÃO ENTENDE DE PUBERDADE,
SERÁ PROVIDÊNCIADA PARA CARREGAR O PESO DA IDADE,
AS LENTES NÃO TORNARÃO A SER TROCADAS,
PORQUE NUNCA MAIS VÃO VER OU PERCEBER,
A NITIDEZ DA FELICIDADE.
NAS MÃOS ENRUGADAS DEITOU SEU ROSTO INCOMODADO,
CHORANDO FLACIDAMENTE SEM SER NOTADO,
MESMO PELO MENOR ABANDONADO, AVÍDAMENTE DESAJUSTADO,
QUE ALIENOU SEU RELÓGIO COMO ESPÓLIO,
SEM REVOLTA OU REAÇÃO, OU ESBOÇO DE EMOÇÃO,
PORQUE NADA MAIS IMPORTA:
NEM AS HORAS, TAMBÉM OS DIAS, IDEM AS SINFONIAS.

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