sábado, 23 de maio de 2009

“A Poesia Maldita do final do século XX na Bahia” O Movimento Poetas na Praça”



"Poeta na Praça"




Poeta na Praça


Poeta de Graça


Poeta Porreta


Poeta Pueta


Poeta na Marra


Poeta na Massa


Lá na piedade


praça da Poesia


na Bahia


é Antonio Short


e Gilberto,


é Costa


(Poesia de Rui Baiano Santana)




No final da década de 70 e durante toda a década de 80, um grupo de jovens poetas resolveu colocar a poesia na praça, perto do povo, surgia assim o Movimento Poetas na Praça. Esses poetas tinham como palco central a Praça da Piedade, em Salvador, Bahia, na qual se reuniam e declamavam poemas seus e de outros poetas, convocando o povo para uma genial performance, como nos tempos dos trovadores da Idade Média. Foram seus fundadores Antonio Short (Falecido), Geraldo Maia, Ametista Nunes, Eduardo Teles, Douglas Almeida Gilberto Costa; lembrando ainda Gilberto Teixeira, Dori(falecido), Agenorzinho(falecido), Zeca Maga lhes (falecido), e o Grande Zé Wilson Bacelar (falecido), que atuava como embaixador do grupo junto à esquerda. Os quatro primeiros compõem o corpus deste trabalho. Essa poesia, chamada de marginal, despertou a ira de alguns poetas, críticos literários e professores universitários, que a tacharam de subliteratura, simplesmente por ela não obedecer aos trâmites oficiais das academias e por valorizar todos os que se propunham como poetas.
Antonio de Pádua de Souza e Silva (Autor da tese de mestrado,Movimento Poeta na Praça: uma póetica de ruptura e resistência)
tese: http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7571
Obs. O grifo em negrito no texto são do blog.
O Blog “Semlivro” começa aqui um resgate dessa geração postando entrevistas, matérias teses e poesias
.

Um comentário:

Anônimo disse...

gostaria de postar essa.

Beco Imundo

Que bom andar trôpego pelas ruas
Debruçado em balcões
Dormindo em caixas de papelões
Atirando garrafas
Lambendo o céu néon
Jogado com putas nas camas
Trombando bucetas fumegantes
Arrastando corpos infames
É bom o cheiro do mangue
É linda a merda na latrina
Becos de Sevilha
Atrás de alguma rapariga
Quero o ranger da noite
Seu hálito frio
Sua boca aberta
Seu bafo vadio
Ah eu quero
Também ficar nu
Alto edifício
Telhado lantejoula
O saco que nem cebola
Voar em cima do teu baú
Comer fuder pupuaçu
Meter nas cadelas
Fornicar perebas
Coçar remelas
Travestido poeta
Mordaça no limite da glande
Estrangula meu desejo
Jorra esgoto bacilo
Lembrança teu rosto mar morto
Ama-me na lama azul
Rasgo-te o cu
Ontem sai da taberna
Louco ódio andarilho
bocejei
Olhei em cima
Era tua face abissínia
Adormeci na tarde pestilenta
Li tua poesia agourenta

Ass, Biosas