terça-feira, 3 de novembro de 2009

Carlos Marighella, Presente!

Em seu enterro não havia velas:
Como acendê-las, sem a luz do dia?

Em seu enterro não havia flores:
Onde colhê-las, nessa manhã fria?

Em seu enterro não havia povo?
Como encontrá-lo, nesta rua vazia?

Em seu enterro não havia gestos:
Para e inerte a minha mão jazia

Em seu enterro não havia vozes:
Sobre censura estava a salmodias

Mas a luz e flor e povo e gesto e canto
Responderão “presente”, chegada a primavera
Mesmo que tardia!

Aninha Montenegro (amiga de Marighella)




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