ZUENIR VENTURA - Nasceu em 1931 na cidade do Além Paraíba (MG), em 1954 muda-se para o Rio, e vai trabalhar como assistente do filólogo Celso Cunha na cátedra de Língua Portuguesa, na então Faculdade de Jornalismo, que se transformaria mais tarde em Escola de Comunicação, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi redator de “A História em Notícia”, dirigida por Amaral Netto, uma publicação paradidática que tratava os acontecimentos históricos em linguagem jornalística.
Trabalhou como a Arquivista do Jornal Tribuna da Imprensa quando Carlos Lacerda, proprietário do jornal, pede um artigo sobre Albert Camus, autor que ninguém da redação conhecia bem, e de quem Zuenir gostava. Escreve e, graças ao sucesso do texto, passa a integrar a equipe de copidesque da “Tribuna”, sendo depois um dos secretários de redação.
Em 1959 Ganha em concurso uma bolsa de estudos do governo francês para o Centro de Formação de Jornalistas, em Paris, paralelamente aos estudos, trabalha como correspondente da “Tribuna” na capital francesa. Faz uma reportagem curiosa para a revista “Senhor” sobre a moda dos umbigos de fora em Saint-Tropez e, para o jornal, cobre a passagem de Jango por Paris, antes de vir assumir o poder, a Conferência de Paz para a Argélia, em Évian, o encontro de cúpula entre Kennedy e Kruschev,
1962 Vai
1964 vai ao Festival de Cinema de Cannes. Com a esposa. a polícia o procurava como “subversivos”. Em Cannes, começa uma forte amizade com Glauber Rocha, que participava da competição com “Deus e o diabo na terra do sol”, Um ano depois é convidado para reformular e dirigir a redação do “Diário Carioca”. Transfere-se em seguida para a revista “O Cruzeiro”, da qual passa a ser chefe de reportagem, 1966 dirige a redação da revista “Fatos & Fotos”. Participa da concepção de “O Sol”, jornal que faria história mesmo durando alguns meses apenas.
Chefia a sucursal Rio da revista “Visão”, e em 1968 "O ano quem não terminou". Acompanha em Paris a mobilização dos estudantes. Tido como o articulador da imprensa do Rio para o Partido Comunista, é preso após o AI-5 e passa três meses entre o Sops, o Dops, o quartel da PM Caetano de Faria e o do Exército
1969 - Produz para a Editora Abril a série de 12 reportagens “Os anos 60 - A década que mudou tudo”, mais tarde lançada
1975 - Colabora como roteirista no documentário “Que país é esse?”, realizado por Leon Hirzsman para a Rádio e Televisão Italiana. Troca a "Revista Visão" pela "Revista Veja", também como chefe da sucursal. Neste período, coordena a cobertura da morte de Cláudia Lessin Rodrigues, com a qual os repórteres Valério Mainel e Amigucci Gallo ganham o Prêmio Esso. A equipe descobre que Cláudia não morrera de overdose, como sustentavam os assassinos, mas por causa de uma pancada na cabeça.
Participa também de uma matéria de capa sobre a violência no Rio, na qual se usa pela primeira vez a expressão "guerra civil" para abordar o tema.
1980 - Faz uma longa entrevista para a "Veja" com Carlos Drummond de Andrade, depois de décadas de silêncio do poeta.
Sai da "Veja" e vai para a “IstoÉ”, também como diretor da sucursal do Rio. Em 1986 - Edita o Caderno B do Jornal do Brasil e logo depois cria o Caderno B-Especial e o suplemento semanal Idéias, voltado principalmente para a literatura, em 1988 fica afastado dez meses do jornal para escrever “1968 - O ano que não terminou”, que se torna um best-seller, já tendo vendido mais de 200 mil exemplares. O livro também é usado como inspiração para a minissérie “Anos rebeldes”,da Rede Globo. Em 1989 por decisão dos editores Marcos Sá Corrêa e Flávio Pinheiro, é feito repórter especial do “JB” e, como tal, vai ao Acre, onde o líder seringueiro e ecologista Chico Mendes fora assassinado em dezembro de 1988. Fica mais de um mês no estado apurando o crime e produz uma série de reportagens que lhe vale dois prêmios: o Esso de Jornalismo, o mais importante do país, e o Premio Wladimir Herzog, em1993 como reação às chacinas da Candelária (oito meninos mortos) e de Vigário Geral (21 pessoas mortas), ajuda a criar o Viva Rio, organização não governamental voltada para projetos sociais e campanhas contra a violência. Depois de passar nove meses indo à favela de Vigário Geral, transforma a experiência no livro “Cidade partida”, um retrato das causas da violência no Rio. O livro ganha o Prêmio Jabuti de Reportagem. em 1998 abre a coleção “Plenos pecados”, da editora Objetiva, com “Inveja - Mal secreto”, livro em que, entre outras coisas, narra seu tratamento vitorioso contra um câncer na bexiga. Também escreve, a convite do caricaturista Cássio Loredano, “O Rio de J. Carlos” (Lacerda Editores), um longo texto seu acompanhando desenhos do cartunista. 1999 - Deixa o “Jornal do Brasil” e passa a assinar duas colunas: uma em “O Globo”, aos sábados, e outra na revista “Época”, inicialmente semanal e depois quinzenal. .
Publica com Heloísa Buarque de Hollanda e Elio Gaspari o livro “Cultura em trânsito - 70/80”, com textos escritos nessas décadas. Com Izabel Jaguaribe, realiza o documentário “Um dia qualquer”, capítulo da série “Seis histórias brasileiras”, coordenada por João Moreira Salles para o canal a cabo GNT.
Passa a escrever duas vezes por semana na página de opinião de “O Globo”, deixando a coluna de sábado no Segundo Caderno. Deixa de escrever na revista “Época”. Volta ao Acre depois de 13 anos e, a partir do que vê, escreve a última parte de “Chico Mendes – Crime e castigo”, livro lançado pela Companhia das Letras tendo como base a premiada série “O Acre de Chico Mendes”
E Hoje (11/11) é um dos Convidados da XIII Feira Pan-Amazônica do Livro, realização do Governo do Estado do Pará através da Secretaria de Cultura do Estado e do Hangar - Centro de Convenções da Amazônia
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